ARS POÉTICA
Carne, alho, suco de tomate
Pimenta em pó, raiz de planta vinda da Coreia
Tudo orgulhosamente criado do fogo orgânico
Nos tanques em formas de bolas
Os fluidos orgulhosos enchem todo o espaço
Eu nunca perco esses fluidos
Por concentração e meditação
Os recalco pelo cano da espinha
O largo na cratera da coroa do cérebro
Aumenta o seu verde escuro
Em cima o céu amanhece azul cobalto
Aqui o meteorito,
E a água, e o fogo e a tristeza
Fazem amor, confusos, e procriam
O cavalo dos sonhos galopa com os cascos vazios
O metrô de Nova York já tinha parado dentro do quebra-nozes
Velhas memórias, novas, podres, brilhantes
Reduzidas ao elementar
Que congela nas contas do arco-iris irradiante
Esfrego-as na barba de Jesus Cristo
Poeta dos poetas desde o princípio do mundo
Assim o elixir da vida os penetra
E eles respiram,
E as atiro com força no tempo
Amém.
Não sei quem é o autor.
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