sexta-feira, 29 de novembro de 2013





Por DAVID COIMBRA

Ego

Desconfio de qualquer um que seja doutrinário. O acólito, o seguidor de doutrina, o radical de qualquer crença, partido, igreja ou ideal, esse é inevitavelmente um idiota. Impossível ser radical sem ser idiota.
O radicalismo é um desvio de personalidade. Porque, ao radical, pouco importa no que ele acredita. O que importa é ele acreditar radicalmente em alguma coisa. O radicalismo é apenas um meio. Um instrumento em que ele exercita o seu egoísmo.
Assim a mulher feminista. É o pior tipo de mulher com quem conviver, porque ela justifica o seu egoísmo intelectualmente. A mulher feminista, quando faz o mal ao seu companheiro, alega estar sendo honesta com seus sentimentos. E sai pelo mundo de nariz erguido, repetindo com orgulho: sou uma mulher honesta! Sou uma mulher honesta!
Ora, ela foi honesta com os sentimentos DELA. E os dele? Uma pessoa que se preocupa só com os seus sentimentos e esquece o dos outros, o que é?
Egoísta. No caso da feminista, uma egoísta com discurso, cruz credo.
Fuja da mulher feminista.
Também o político. Se você tiver de escolher entre um político idealista e um político hipócrita, quem você escolherá? O idealista, claro.
Pois você fará má escolha. O hipócrita tem o freio da própria hipocrisia. Se os outros não gostam, ele hesita. Quer dizer: mesmo que seja por interesse, ele, de certa forma, se preocupa com o sentimento dos outros.
Já o idealista não vacilará em cometer os maiores desatinos e as maiores desumanidades em nome do seu ideal. Porque o ideal dele está acima de tudo, inclusive das pessoas. Seja que ideal for, na ponta direita ou na ponta esquerda. O importante é que ele tenha essa justificativa para o seu egoísmo. Ele passa por cima dos outros e ainda bate no peito: tive que fazer isso, porque era no que acreditava.
José Dirceu é um idealista. Ele não queria se locupletar com o mensalão. Nada disso. José Dirceu tinha um projeto de poder para o PT, e acreditava que aquele projeto salvaria o Brasil, assim como a feminista acredita estar sendo honesta quando coloca os sentimentos dos outros como subalternos aos seus.
É por isso que José Dirceu acredita, de fato, que é um preso político, que é um injustiçado. Porque seu ideal dava salvo-conduto para quaisquer de suas ações, o ideal transformava seu egoísmo em doutrina. Para Dirceu, o seu egoísmo era mais do que isso: era heroísmo.
Ah, mas às vezes os egoístas são desmascarados, e aí lhes aguarda a danação. Aos egoístas, e às egoístas, está reservada a maldição dos versos finais da composição imortal de Lupicínio, Vingança:
“Você há de rolar como as pedras que rolam na estrada. Sem ter nunca um cantinho de seu pra poder descansar”
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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Anjos do bem e do mal - por Paulo Sant'ana

Entre as centenas de e-mails que recebo por semana, sempre vêm três ou quatro de pessoas perversamente más.

São malvadas, são destruidoras, são corrosivas, mal-humoradas.

Já eu sabia que a maldade humana não tem limites.

Mas uma pessoa expor assim numa mensagem a sua maldade é um espetáculo triste e desolador.

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O indivíduo mau se equipara às serpentes. As escamas das serpentes contêm a maldade e a destruição.

Eu me apavoro que existam pessoas tão más entre nós, embarcam nos mesmos elevadores que nos transportam, são iguais a nós, pertencem à nossa espécie, mas são visceralmente más.

Esses raros perversos que escrevem não devem exercitar a maldade que mostram inelutavelmente nas linhas que escrevem.

Mas ameaçam. Acho que não têm coragem de ser assim tão maus como apregoam. Vai ver que é só da boca para fora.

Mas claramente possuem o potencial de maldade que propagandeiam.

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Diz o Velho Testamento que os maus por si se destroem. Só que, antes de se destruírem de per si os maus, quantos outros bons eles destroem ou molestam por seu caminho?

A característica básica dos maus, pelo que tenho notado, é que não possuem compaixão.

Esses maus homens são cruéis, implacáveis, só se saciam quando fazem os outros sofrerem.

Eu não sei se me orgulho de ser humano, espelhando-me em Da Vinci, Cristo, Gandhi e outros grandes vultos da humanidade.

Ou então me envergonho de ser humano, mirando os exemplos de Hitler, Átila e Hernán Cortés.

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É impressionante a dualidade humana. Pode haver num só peito de alguma pessoa um demônio que ruge e um deus que chora.

Há homens que se dedicam ao amor e à paz, outros se atiram ao ódio e à carnificina.

E o que me espanta é que os homens com essas inclinações adversas muita vezes convivem na mesma nação, na mesma escola, na mesma rua e até no mesmo lar.

Constituem ao mesmo tempo o ângulo obtuso e o ângulo reto, uma feição demoníaca, outra divina.

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E o impressionante é que, a par das milhares de mensagens construtivas que recebo durante um ano, no entanto a elas se contrapõem algumas dezenas de votos destrutivos, contaminados pela crueldade.

A mim abisma que possam existir pessoas tão más e no entanto elas estão próximas de nós, correspondendo-se conosco, o que quer dizer que somos do mesmo meio delas.

Do ventre de uma mulher, pode brotar um homem mau ou um homem bom. Depende do signo, do atavismo, das forças todas que se reúnem e deliberam em sua luta se uma criatura servirá o bem ou o mal.

A Bíblia não faz outra coisa senão nos assegurar que os homens podem ser obedientes a Deus ou servos do Diabo.

Como diz o meu ídolo-poeta Augusto dos Anjos, “o carpinteiro que fabrica as mesas faz também os caixões do cemitério”.
( Publicado no jornal Zero Hora do dia 6 de setembro de 2013, página 55 )

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

“Barbas de molho”, por Paulo Vellinho*

Todos sabem que a autoridade e a disciplina são cláusulas pétreas em todos os níveis de gestão, na família, empresa privada, entidade associativa, nos três poderes que nos governam, municípios, Estados e nação, estabelecendo-se limites sem os quais cada um arbitra seus direitos e deveres.

Por exemplo, ao anistiar 418 bombeiros e sua chefia por terem invadido o seu quartel, quebrou-se a espinha dorsal do poder militar.

Prevaleceu o bom-mocismo que os demagogos e populistas adoram praticar.

Nunca vivi uma situação como a atual, quando se destroem os valores éticos e morais da sociedade, tendendo-a para o anarquismo: faz-se bondade e justiça com o dinheiro público e as consequências são o caos.

Demagogia, populismo e irresponsabilidade são palavras amadas por esses senhores.

Em nome da ideologia fracassada, buscam destruir a sociedade, desestabilizando-a social e economicamente e abrindo-se a porta para o estado de emergência e uma ditadura; cai então a máscara da falsa democracia que praticavam, pretendendo adotar os modelos cubanos e bolivarianos.

Certamente, não é isso que a maioria da sociedade brasileira deseja, pois, se assim fosse, a avidez da nova classe média pelo consumo não teria acontecido.

Como consequência, não tem mais espaço para uma sociedade que abrace a pobreza e a miséria em nome de modelos fracassados para então desenvolver-se.

Conforto e bem-estar são apanágios do Brasil de hoje e tenho certeza de que os dependentes do Bolsa Família, o que mais desejam é livrar-se da dependência do governo paternalista.

O novo poder que emana das redes sociais mostrou em junho passado a sua força, o que foi suficiente para que os poderes constitucionais se agilizassem, o Congresso, por exemplo, que “abriu seus armários” tirando deles “esqueletos” já mofados de tanto esperar pela aprovação.

Enganam-se os que pensam que remendos que estão sendo feitos vão cooptar os descontentes, pois a sociedade brasileira quer mudanças e não paliativos, o restabelecimento dos valores éticos e morais, única força capaz de acabar com os corruptores e corruptos, que com seus atos impunes dão péssimo exemplo para a sociedade saudável, encerrando-se o ciclo da impunidade.

Já convivi com “golpes de Estado”, Congresso fechado e a reação dos seus integrantes, alguns heroicos como Márcio Moreira Alves, que se comportou como Homem, enquanto outros buscavam acomodar-se de uma forma invertebrada para não perder o poder... e obviamente a remuneração.

Na minha opinião, os poderes nacionais, da área privada e da área pública, devem refletir sobre os acontecimentos de junho passado, fazendo um mea-culpa quando couber e então pôr suas “barbas de molho”, para evitar o pior.
(Publocado no jornal Zero Hora do dia 19 de setembro de 2013, na página 15 )

*EMPRESÁRIO

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Uma constelação de pontos fora da curva

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Luiz Sérgio Silveira Costa

O novo ministro, Barroso, disse que o julgamento do mensalão foi um ponto fora da curva, dando vazão à sua alma de defensor, em vez de execrar o crime, como fizeram os ministros do STF, citando que aquele foi o mais atrevido e escandaloso ato de corrupção pessoal, política e partidária nunca antes ocorrido na História deste país!

Entretanto, mais do que um ponto, o Brasil tem, na verdade, uma constelação de pontos fora da curva. Dos muitos, podemos vozear alguns, como:

- 39 ministérios, uma verdadeira ineficácia administrativa, um sorvedouro de gastos com pessoal e material, para contemplar uma coalizão oportunista, inconfiável, escorregadia, unicamente com propósitos de obter minutos de propaganda eleitoral, pois, como se tem visto, os interesses pessoais dos congressistas falam mais alto;

- senador suplente, eleito sem voto, uma aberração democrática; e deputados com raríssimos votos, eleitos por quociente eleitoral do partido;

- voto secreto no Congresso, outra excrescência;

- prescrição e progressão da pena; foro privilegiado, pena máxima de 30 anos, extinção de punibilidade para quem tem mais de 70 anos; um estímulo ao crime e aos agravos, embargos e recursos procrastinatórios;

- princípio de inocência, o que faz, por exemplo, que um assassino, mesmo condenado em júri popular seja inocente até o trânsito em julgado, e fique em liberdade apto a cometer novos crimes, em que será considerado primário;

- juízes corruptos simplesmente aposentados, quando deveriam ser demitidos e processados, como qualquer criminoso;

- assistência médica vitalícia no Senado, que ampara senadores, ex-senadores  e seus familiares, mesmo que o senador tenha permanecido apenas um dia no cargo;

- fiscais da Receita Federal deduzindo no IR todo o gasto em educação, enquanto os demais contribuintes só podem deduzir os gastos até o limite de R$3 mil;

- a soja do Centro-Oeste descer, por rodovia, até os portos de Santos e Paranaguá, e depois subir por navio para os portos asiáticos e europeus, quando já podia subir direto para o Norte, para os portos de Santarém e Itacoatiara, por hidrovias e mesmo rodovias, muito mais perto do destino final, com consequente redução do frete, do custo de combustível e desgaste das estradas;

- as cinco bitolas da malha ferroviária brasileira e a divisão das malhas por diversas concessionárias, o que dificulta a integração de linhas e o tráfego mútuo, estrangulando o modal;

- juízes e tribunais se autoconcedendo auxílio-alimentação, beneficio criado para favorecer trabalhadores de menor poder aquisitivo, e não a essa privilegiada classe. E, pior: retroagindo, inclusive a aposentados, embora seja um benefício exclusivo a quem está ativo, e nenhum deles ter deixado de se alimentar por falta de dinheiro;

- enquanto os 200 milhões de brasileiros ocupam 2,5% do território nacional, os cerca de 800 mil índios dispõem de 13% do território só para eles (cerca de 110 milhões de hectares). São, dessa forma, os maiores latifundiários do país, embora continuem pobres e carentes, mesmo dispondo de mais de cem mil ONGs (uma para cada oito índios) a eles devotadas;

- índios e integrantes do MST, muitos nem índios e nem agricultores, mas desempregados e indolentes de todos os tipos, inclusive estrangeiros, invadindo, depredando e incendiando propriedades legais e pagadoras de impostos, sem que nada aconteça a eles, consubstanciando um inaceitável privilégio em comparação com o cidadão submetido ao império da lei, como deve ser num estado democrático de direito;

- o país, apesar de índices econômicos pífios, em evidente escalada inflacionária e descontrole fiscal, e com ameaça de rebaixamento de sua classificação de risco, vê a  presidente se preocupar menos com isso do que com a sua reeleição;

- O Brasil perdoando dívidas de outros países, enquanto não perdoa os aposentados e não reajusta a tabela do Imposto de Renda, perversa para com os assalariados de todas as classes;

- a população decente e trabalhadora de joelhos perante o crime, que já se incorporou à rotina diária dos brasileiros;

- órgãos governamentais nacionais e estrangeiros de direitos humanos protegendo bandidos, em vez de as vítimas;

- política externa terceiro-mundista e socialista/comunista, com parceiros manifestadamente com estilos e aspirações autoritárias e retrógradas; encanto com ditaduras e ditadores de esquerda;

- a Universidade Federal de Ouro Preto, mantida com dinheiro público, abrigando um Centro de Difusão do Comunismo, com curso com finalidade de implantação do comunismo no Brasil;

- uma PEC do conluio, em que um se ausenta e se omite, para que outro a promulgue e crie novos tribunais, com gastos palacianos, quando a Justiça precisa mesmo  é de um choque de racionalidade e modernidade, com processos enxutos e ágeis;

- as novas PEC contra a moralidade, a criação de novos municípios e o impedimento de que o Ministério Público faça investigações;

- a babel salarial entre os Poderes, com salários desiguais mesmo para os mesmos cargos e qualificações; teto salarial desrespeitado, por aceitação de penduricalhos de todos os tipos, como diferenças individuais incorporadas indevidamente, o que cria os marajás do serviço público;

- excesso de ONG, muitas inidôneas, recebendo recursos....públicos!;

- cargos  de confiança, em detrimento de concursos públicos;

- uso de notas frias para justificar uso de verbas indenizatórias no Congresso, a maioria para despesas pessoais;

- funcionários fantasmas, e garçons ganhando R$15 mil no Congresso, muitos nomeados por atos secretos;

- receio de promover plebiscito sobre a diminuição da maioridade penal, mesmo para crimes hediondos; liberdade assistida a menores infratores;

- celulares nos presídios;

- aposentadoria sem contribuição anterior;

- cartões corporativos e gastos da Presidência da República considerados assunto de Segurança Nacional;

- asilo a bandidos internacionais e liberdade aos nacionais;

- livros escolares nas escolas públicas exaltando o comunismo;

- pagamento a funcionários do Congresso de horas extras..... não trabalhadas!;
- o governo do Rio Grande do Sul hospedando, com recursos públicos, terroristas das FARC;

- o déficit comercial brasileiro, permanecendo fiel a um Mercosul debilitado (o Paraguai e Uruguai, dois dos cinco sócios, já pediram status de observadores na Aliança do Pacífico, formada por Peru, Chile, Colômbia, México e Costa Rica), e com exagerada paciência estratégica com a Argentina, que nos impõe sistemáticas dificuldades de colocação de nossos produtos;

- o crescente consumo de cocaína e crack no país;

- as trapalhadas da Caixa e a ideologia da FUNAI;

- prevalência do pragmatismo político em vez de do princípio  ético, como, por exemplo, o presidente da FIESP, meca do capitalismo, filiado ao Partido Socialista Brasileiro, o que demonstra que o proveito e a ambição estão à frente do princípio;

- Congressos de juízes e desembargadores financiados por empresas particulares;

- bolsas de todos os tipos, especialmente compradoras de votos, como as incríveis bolsas a ex-campeões do mundo de futebol e a recente bolsa-estupro!, sem falar nas que cooptam empresários, vindas do BNDES, a juros extremamente bondosos;

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Apesar desses, ainda há muitos e muitos pontos fora da curva, uma verdadeira constelação,  a desafiar a ética e a dignidade deste país, mais importantes do que as próprias penas do mensalão, pois os condenados, mesmo com a colocação delas dentro da piedosa curva do ministro, já se tornaram verdadeiros mortos-vivos, alvos da reprovação e escárnio popular, prisioneiros dentro de suas próprias casas, mesmo que seja a  casa do Congresso, refúgio de discutível hombridade.
Reaje, Brasil!!!!

“No Brasil, nem a esquerda é direita”. (José Simão)


Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante Reformado.

terça-feira, 25 de junho de 2013

OUÇAM E CANTEM COM ATENÇÃO !!!!!!!

Como a aurora precursora; Do farol da divindade; Foi o Vinte de Setembro; O precursor da liberdade.
Refrão: Mostremos valor, constância; Nesta ímpia e injusta guerra. Sirvam nossas façanhas; De modelo a toda a terra; De modelo a toda a terra. Sirvam nossas façanhas; de modelo a toda a terra;
Mas não basta pra ser livre; Ser forte aguerrido e bravo; Povo que não tem virtude; Acaba por ser escravo.
Refrão

Em 1966, durante o Regime Militar a segunda estrofe foi retirada oficialmente.
Entre nós reviva Atenas
para assombro dos tiranos
Sejamos gregos na glória

e na virtude, romanos


segunda-feira, 13 de maio de 2013

BRASIL CARINHOSO

A professora Martha de Freitas Azevedo Pannunzio, de 74 anos, é de Uberlância. Ela escreveu uma carta para a presidente Dilma que foi entregue em mãos. Vale a pena ler. É a voz de quem não se cala e não consente.

BRASIL CARINHOSO
Bom dia, dona Dilma!
Eu também assisti ao seu pronunciamento risonho e maternal na véspera do Dia das Mães. Como cidadã da classe média, mãe, avó e bisavó, pagadora de impostos escorchantes descontados na fonte no meu contracheque de professora aposentada da rede pública mineira e em cada Nota Fiscal Avulsa de Produtora Rural, fiquei preocupada com o anúncio do BRASIL CARINHOSO.

Brincando de mamãe Noel, dona Dilma? Em ano de eleição municipalista? Faça-me o favor, senhora presidentA! É preciso que o Brasil crie um mecanismo bastante severo de controle dos impulsos eleitoreiros dos seus executivos (presidente da república, governador e prefeito) para que as matracas de fazer voto sejam banidas da História do Brasil.

Setenta reais per capita para as famílias miseráveis que têm filhos entre 0 a 06 anos foi um gesto bastante generoso que vai estimular o convívio familiar destas pessoas, porque elas irão, com certeza, reunir sob o mesmo teto o maior número de dependentes para engordar sua renda. Por outro lado mulheres e homens miseráveis irão correndo para a cama produzir filhos de cinco em cinco anos. Este é, sem dúvida, um plano quinquenal engenhoso de estímulo à vagabundagem, claramente expresso nas diversas bolsas-esmola do governo do PT.

É muito fácil dar bom dia com chapéu alheio. É muito fácil fazer gracinha, jogar para a plateia. É fácil e é um sintoma evidente de que se trabalha (que se governa, no seu caso) irresponsavelmente.

Não falo pelos outros, dona Dilma. Falo por mim. Não votei na senhora. Sou bastante madura, bastante politizada, sobrevivente da ditadura militar e radicalmente nacionalista. Eu jamais votei nem votarei num petista, simplesmente porque a cartilha doutrinária do PT é raivosa e burra. E o governo é paternalista, provedor, pragmático no mau sentido, e delirante. Vocês são adeptos do quanto pior, melhor. São discricionários, praticantes do bullying mais indecente da História do Brasil.

Em 1988 a Assembleia Nacional Constituinte, numa queda-de-braço espetacular, legou ao Brasil uma Carta Magna bastante democrática e moderna. No seu Art. 5º está escrito que todos são iguais perante a lei*. Aí, quando o PT foi ao paraíso, ele completou esta disposição,
enfiando goela abaixo das camadas sociais pagadoras de imposto seu modus governandi a partir do qual todos são iguais perante a lei, menos os que são diferentes: os beneficiários das cotas e das bolsas-esmola.

A partir de vocês. Sr. Luís Inácio e dona Dilma, negro é negro, pobre é pobre e miserável é miserável. E a Constituição que vá para a pqp.

Vocês selecionaram estes brasileiros e brasileiras, colocaram-nos no tronco, como eu faço com o meu gado, e os marcaram com ferro quente, para não deixar dúvida d e que são mal-nascidos. Não fizeram propriamente uma exclusão, mas fizeram, com certeza, publicamente, uma apartação étnica e social. E o PROUNI se transformou num balcão de empréstimo pró escolas superiores particulares de qualidade bem duvidosa, convalidadas pelo Ministério de Educação.

Faculdades capengas, que estavam na UTI financeira e deveriam ter sido fechadas a bem da moralidade, da ética e da saúde intelectual, empresarial, cultural e política do País. A Câmara Federal endoidou?
O Senado endoidou? O STJ endoidou? O ex-presidente e a atual presidentA endoidaram? Na década de 60 e 70 a gente lutou por uma escola de qualidade, laica, gratuita e democrática. A senhora disse que estava lá, nesta trincheira, se esqueceu disto, dona Dilma?
Oi, por favor, alguém pare o trem que eu quero descer!

Uma escola pública decente, realista, sintonizada com um País empreendedor, com uma grade curricular objetiva, com professores bem remunerados, bem preparados, orgulhosos da carreira, felizes, é disto que o Brasil precisa. Para ontem. De ensino técnico, profissionalizante.

Para ontem. Nossa grade curricular é tão superficial e supérflua, que o aluno chega ao final do ensino médio incapaz de conjugar um verbo, incapaz de localizar a oração principal de um período composto por coordenação. Não sabe tabuada. Não sabe regra de três. Não sabe calcular juros. Não sabe o nome dos Estados nem de suas capitais.
Em casa não sabe consertar o ferro de passar roupa. Não é capaz de fritar um ovo. O estudante e a estudantA brasileiros só servem para prestar vestibular, para mais nada. E tomar bomba, o que é mais triste.

Nossos meninos e jovens leem (quando leem), mas não compreendem o que leram. Estamos na rabeira do mundo, dona Dilma. Acorde! Digo isto com conhecimento de causa porque domino o assunto. Fui a vida toda professora regente da escola pública mineira, por opção política e ideológica, apesar da humilhação a que Minas submete seus professores. A educação de Minas é uma vergonha, a senhora é mineira (é?), sabe disto tanto quanto eu. Meu contracheque confirma o que estou informando.

Seu presente para as mães miseráveis seria muito mais aplaudido se anunciasse apenas duas decisões: um programa nacional de planejamento familiar a partir do seu exemplo, como mãe de uma única filha, e uma escola de um turno só, de doze horas. Não sabe como fazer isto? Eu ajudo. Releia Josué de Castro, A GEOGRAFIA DA FOME. Releia Anísio Teixeira. Releia tudo de Darcy Ribeiro. Revisite os governos gaúcho e fluminense de seu meio-conterrâneo e companheiro de PDT, Leonel Brizola. Convide o senador Cristovam Buarque para um café-amigo, mesmo que a Casa Civil torça o nariz. Ele tem o mapa da mina.

A senhora se lembra dos CIEPs? É disto que o Brasil precisa. De escola em tempo integral, igual para as crianças e adolescentes de todas as camadas, miseráveis ou milionárias. Escola com quatro refeições diárias, escova de dente e banho. E aulas objetivas, evidentemente.
Com biblioteca, auditório e natação. Com um jardim bem cuidado, sombreado, prazeroso. Com uma baita horta, para aprendizado dos alunos e abastecimento da cantina. Escola adequada para os de zero a seis, para estudantes de ensino fundamental e para os de ensino médio, em instalações individuais para um máximo de quinhentos alunos por prédio. Escola no bairro, virando a esquina
de casa. De zero a dezessete anos. Dê um pulinho na Finlândia, dona Dilma. No aerolula dá pra chegar num piscar de olhos. Vá até lá ver como se gerencia a educação pública com responsabilidade e resultado. Enquanto os finlandeses amam a escola, os brasileiros a depredam. Lá eles permanecem. Aqui a evasão é exorbitante.

Educação custa caro? Depende do ponto de vista de quem analisa.
Só que educação não é despesa. É investimento. E tem que ser feita por qualquer gestor minimamente sério e minimamente inteligente.
Povo educado ganha mais, consome mais, come mais corretamente, adoece menos e recolhe mais imposto para as burras dos governos.
Vale à pena investir mais em educação do que em caridade, pelo menos assim penso eu, materialista convicta.

Antes que eu me esqueça e para ser bem clara: planejamento familiar não tem nada a ver com controle de natalidade. Aliás, é a única medida capaz de evitar a legalização do controle de natalidade, que é uma medida indesejável, apesar de alguns países precisarem recorrer a ela. Uberlândia, inspirada na lei de Cascavel, Paraná, aprovou, em novembro de 1992, a lei do planejamento familiar. Nossa cidade foi a segunda do Brasil a tomar esta iniciativa, antecipando-se ao SUS. Eu, vereadora à época, fui a autora da mesma e declaro isto sem nenhuma vaidade, apenas para a senhora saber com quem
está falando.

Senhora PresidentA, mesmo não tendo votado na senhora, torço pelo sucesso do seu governo como mulher e como cidadã. Mas a maior torcida é para que não lhe falte discernimento, saúde nem coragem para empunhar o chicote e bater forte, se for preciso.
A primeira chibatada é o seu veto a este Código Florestal, que ainda está muito ruim, precisado de muito amadurecimento e aprendizado.
O planeta terra é muito mais importante do que o lucro do agronegócio e a histeria da reforma agrária fajuta que vocês estão promovendo.

Sou fazendeira e ao mesmo tempo educadora ambiental. Exatamente por isto não perco a sensatez. Deixe o Congresso pensar um pouco mais, afinal, pensar não dói e eles estão em Brasília, bem instalados e bem remunerados, para isto mesmo. E acautele-se durante o processo eleitoral que se aproxima. Pega mal quando um político usa a máquina para beneficiar seu partido e sua base aliada.
Outros usaram? E daí? A senhora não é os outros. A senhora á a senhora, eleita pelo povo brasileiro para ser a presidentA do Brasil, e não a presidentA de um partidinho de aluguel, qualquer.

Se conselho fosse bom a gente não dava, vendia. Sei disto, é claro.
Assim mesmo vou aconselhá-la a pedir desculpas às outras mães excluídas do seu presente: as mães da classe média baixa, da classe média média, da classe média alta, e da classe dominante, sabe por quê? Porque somos nós, com marido ou sem marido, que, junto com os homens produtivos, geradores de empregos, pagadores
de impostos, sustentamos a carruagem milionária e a corte
perdulária do seu governo tendencioso, refém do PT e da base aliada oportunista e voraz.

A senhora, confinada no seu palácio, conhece ao vivo os beneficiários da Bolsa-família? Os muitos que eu conheço se recusam a aceitar qualquer trabalho de carteira assinada, por medo de perder o benefício.

Estou firmemente convencida de que este novo programa, BRASIL CARINHOSO, além de não solucionar o problema de ninguém, ainda tem o condão de produzir uma casta inoperante, parasita social, sem qualificação profissional, que não levará nosso País a lugar nenhum. E, o que é mais grave, com o excesso de propaganda institucional feita incessantemente pelo governo petista na última década, o Brasil está na mira dos desempregados do mundo inteiro,
a maioria qualificada, que entrarão por todas as portas e ocuparão todos os empregos disponíveis, se contentando até mesmo com a informalidade. E aí os brasileiros e brasileira vão ficar chupando prego, entregues ao deus-dará, na ociosidade que os levará à delinquência e às drogas.

Quem cala, consente. Eu não me calo. Aos setenta e quatro anos, o que eu mais queria era poder envelhecer despreocupada, apesar da pancadaria de 1964. Isto não está sendo possível. Apesar de ter lutado a vida toda para criar meus cinco filhos, de ter educado milhares de alunos na rede pública, o País que eu vou legar aos meus descendentes ainda está na estaca zero, com uma legislação que deu a todos a obrigação de votar e o direito de votar e ser votado, mas gostou da sacanagem de manter a maioria silenciosa no ostracismo social, alienada e desinteressada de enfrentar o desafio de lutar por um lugar ao sol, de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Sem dignidade, mas com um título de eleitor na mão, pronto para depositar um voto na urna, a favor do político
paizão/mãezona que lhe dá alguma coisa. Dar o peixe, ao invés de ensinar a pescar, esta foi a escolha de vocês.

A senhora não pediu minha opinião, mas vai mandar a fatura para eu pagar. Vai. Tomou esta decisão sem me consultar. Num país com taxa de crescimento industrial abaixo de zero, eu, agropecuarista, burro-de-carga brasileiro, me dou o direito de pensar em voz alta e o dever de me colocar publicamente contra este cafuné na cabeça dos miseráveis. Vocês não chegaram ao poder agora. Já faz nove anos, pense bem! Torraram uma grana preta com o FOME ZERO, o bolsa-escola, o bolsa-família, o vale-gás, as ONGs fajutas e outras esmolas que tais.

Esta sangria nos cofres públicos não salvou ninguém? Não refrescou niente? Gostaria que a senhora me mandasse o mapeamento do Brasil miserável e uma cópia dos estudos feitos para avaliar o quantitativo de miseráveis apurado pelo Palácio do Planalto antes do anúncio do BRASIL CARINHOSO. Quero fazer uma continha de multiplicar e outra de dividir, só para saber qual a parte que me toca nesta chamada de capital. Democracia é isto, minha cara. Transparência. Não ofende. Não dói.

Ah, antes que eu me esqueça, a palavra certa é PRESIDENTE.
Não sou impertinente nem desrespeitosa, sou apenas professora de latim, francês e português. Por favor, corrija esta informação.

Se eu mandar esta correspondência pelo correio, talvez ela pare na Casa Civil ou nas mãos de algum assessor censor e a senhora nunca saberá que desagradou alguém em algum lugar. Então vai pela internet. Com pessoas públicas a gente fala publicamente para que alguém, ciente, discorde ou concorde.
O contraditório é muito saudável.

Não gostei e desaprovo o BRASIL CARINHOSO. Até o nome me incomoda. R$2,00 (dois reais) por dia para cada familiar de quem tem em casa uma criança de zero a seis anos, é uma esmolinha bem insignificante, bem insultuosa, não é não, dona Dilma?
Carinho de presidentA da república do Brasil neste Momento, no meu conceito, é uma campanha institucional a favor da vasectomia e da laqueadura em quem já produziu dois filhos. É mais creche institucional e laica. Mais escola pública e laica em tempo integral com quatro refeições diárias. É professor dentro da sala de aula,
do laboratório, competente e bem remunerado. É ensino
profissionalizante e gente capacitada para o mercado de trabalho.

Eu podia vociferar contra os descalabros do poder público, fazer da corrupção escandalosa o meu assunto para esta catilinária.
Mas não. Prefiro me ocupar de algo mais grave, muitíssimo mais grave, que é um desvio de conduta de líderes políticos desonestos, chamado populismo, utilizado para destruir a dignidade da massa ignara. Aliciar as classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente desonesto. Eles são ingênuos, pobres de espírito, analfabetos, excluídos? Os miseráveis são. Mas votam, como qualquer cidadão produtivo, pagador de impostos.
Esta é a jogada. Suja.

A televisão mostra ininterruptamente imagens de Desespero social.
Neste momento em todos os países, pobres, emergentes ou ricos, a população luta, grita, protesta, mata, morre, reivindicando oportunidade de trabalho. Enquanto isto, aqui no País das Maravilhas, a presidente risonha e ricamente produzida anuncia um programa de estímulo à vagabundagem. Estamos na contramão da História, dona Dilma!

Pode ter certeza de que a senhora conseguiu agredir a inteligência da minoria de brasileiros e brasileiras que mourejam dia após dia para sustentar a máquina extraviada do governo petista.

Último lembrete: a pobreza é uma consequência da esmola. Corta a esmola que a pobreza acaba, como dois mais dois são quatro.
Não me leve a mal por este protesto público. Tenho obrigação de protestar, sabe por quê? Porque, de cada delírio seu, quem paga a conta sou eu.

Atenciosamente,
Martha de Freitas Azevedo Pannunzio
Fazenda Água Limpa, Uberlândia, em 16-05-2012

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Continuando a saga dos encontros
Desta vez em Lagoa Vermelha
https://www.youtube.com/watch?v=WYeLrKo6PFw
Nosso encontro em Caxias
Encontrar com amigos de longa data não tem preço, as recordações, as brincadeiras e a tentativa de se situar no tempo passado e de colocar em dia os assuntos, acho que não vai dar tempo.....

https://www.youtube.com/watch?v=P85zEoQJpjw